Eu
consigo imaginar a Vanessa Braga, de juvenis 14 anos, lambendo a tampa do seu
iogurte na manhã em que desfilaria na passarela do Garota Verão 2015, na
seletiva em Canguçu, Região Sul do Estado. Minutos antes de entrar na passarela
a boca não tinha um ML de saliva. As pernas tremiam bobas em seu terremoto
interior. Mal sabia ela que já estava coroada. O concurso mal começava e
Vanessa já levava de lambuja o cortejo. Um exagero de beleza.
A
beleza não tem padrão. Não é pasteurizada a 100ºC e distribuída em embalagens semânticas
pelos botequins. Bonito não é ser feio e tão pouco é feio ser bonito. O lindo é
transcender a todos. É romper paradigmas, mostrar novos mundos e infinitas
possibilidades de sapatear. Vanessa amanhaceu rainha. Agora dá tchau de miss
pelas quebradas de Canguçu. Uma terrinha cheia de pomeranos e meninas cremosas.
—
Fui lá e arrasei — contou a Vanessa.
Todo
mundo gritava “Vai lá, tu é linda”. E ela foi, de biquini verde e toda bonita.
Desfilou segura e imperou geral. As outras candidatas pareciam estar amassando
uvas na sua volta. Quero ver a tal da canditada oficial de 2015 fazer mais
bonito que a Vanessinha. Ninguém vai lembrar dela. É Vanessa Braga na veia,
rapazeada.
A
beleza é injulgável. Não se mede e tão pouco se compete. A aventura está sempre
lá fora. E que papo é este de só ter terráqueo no Miss Universo? Um dia
escreverei sobre isto. Agora não.
Nenhum comentário:
Postar um comentário