Todos viramos Charlie Hebdo desde a
tragédia de ontem. Mais uma vez a intolerância ganha a guerra contra a
tolerância. O fundamentalismo faz a liberdade de imprensa, de expressão e as
diferenças, que nos tornam todos em comuns, em reféns. Até então foram 12
vítimas fatais no terrorismo aplicado no prédio do satírico jornal/revista, em
Paris, na França.
Estrategicamente os cartunistas
foram atacados por terroristas durante a reunião de pautas, a última de suas
vidas. Consagrados entre os melhores cartunistas e ilustradores do mundo, entre
eles Wolisnki, Tignous, Charb e Cabu. Os policiais que faziam segurança aos
arredores do prédio também sofreram com a fatalidade. O fundamentalismo não
perdoa ninguém. É soco no gogó e sal grosso nas vistas. São pedidos do
profeta.
Vivemos todos o maior atentado
terrorista nos últimos 50 anos na França. Vivemos, mas também morremos. O
sentimento de perplexidade paira grudento no ar. É quase um ectoplasma trágico
que todos sentimos. Uma revista de publicações satíricas, que combatia com
humor o mal e a intolerância de todos os lados. Contextualizar os
fundamentalismos sobre as liberdades individuais é utopia pura.
Nas últimas semanas houveram
passeadas contra uma suposta ameaça de islamização na Europa. Mais uma vez a
prova que temer não é remediar. Prevenir-se é ficar calado e aceitar o
retrógrado pensamento fundamentalista.
Mas os mortos também falarão. A
imprensa se tornará ainda mais crítica. Milhares e milhares de charges e
cartoons foram feitos em protesto a este terrível atentado. Um tiro no pé do
islamismo. Acharam que findariam uma guerra assassinando os cartunistas quando
na verdade ampliaram dramaticamente a opinião de quem tentaram silenciar. Há
liberdade sempre vai imperar. Somos todos zoom.
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