sábado, 29 de novembro de 2014

Cidade Baixa: célula revolucionária no organismo da cidade

O que fazer agora? O cartel dos grandões está interditando a Cidade Baixa. O Tio Hélio, aquele que fica ao lado do Opinião, sentou na entrada do seu bar na última sexta-feira (21) com uma placada ao fundo: “Interditado?”. Em protesto.
Beber, conhecer e estranhar fazem parte de um bom negócio. A Cidade Baixa é uma célula revolucionária no organismo da cidade. Organiza e desorganiza vários movimentos. Opera como função social de esquina em esquina. É pastel do Honório, sopa no Van Gogh, Pizzinha da José, cachaçinha no Afonso, o encontro no Dirty Old Man regado a birita, o ser estrangeiro no Casa Azul e a balada boa no Batemacumba.
Querem mandar em nós, os bonecos que também sustentam corações, pra curtir baladas plásticas nas beirações do Anfiteatro Pôr-do-Sol. Uma “noite” arquitetada apenas pelo dever do consumo, desvalorizando as ruas, os corpos e os destinos.
Ficamos bebendo em nossas casas e fumando falsos suspiros. Parece tudo uma brincadeira que logo vai acabar. A impressão político social hoje é assim. É mais do que o fim do nosso próprio futuro. É o que temos de presente.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Curto circuito com a realidade: o aumento da energia elétrica

   O aumento na conta de energia elétrica é uma luz que se apaga no bolso do trabalhador. A tarifa anual entra em curto circuito com a realidade do salário de cada brasileiro.
   Investimos arduamente no conforto, no ar condicionado, no luxo de uma televisão na sala e outra na cozinha. No secador de cabelo ventando milhões de cabeleiras todos os dias. A conta no fim do mês chega. O aumento todo ano também. Agora o reajuste tarifário é de mais de vinte oito por cento. Será que o aumento da energia vai ser do mesmo tamanho que o do salário a cada ano? Eu creio que não. Apenas pagamos as contas.
      Nas caixas de correios não recebemos mais cartas de amores, de amigos ou de saudosos familiares. Apenas cobranças e mais cobranças. Aumentos e mais aumentos. Códigos de barras pagos em dinheiros plásticos que não pertencem a ninguém. Reclamamos, mas pagamos.