sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Elis Regina: a militante (PARTE 1)


Filha de um talentoso comerciante, Elis Regina já teve um nome estratégico para seu sucesso. O pai já via a cantora na filha e optou por acompanhar “Regina” do no nome por questão de logística e marketing. Então, Elis Regina Carvalho Costa. Nascida em Porto Alegre, no dia 17 de março de 1945. Criou-se à beira do Guaíba, no Bairro Navegantes e pouco depois na Vila IAPI (Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários). Projetada pelo governo Vargas, a vila seguia na configuração da época: prédios baixos, com poucos apartamentos, cercados de toda a infraestrutura para acolherer os operários que ali moravam em um clima comunitário. Uma infância simples e estrábica como tantas outras.
 Em seus 34 anos de vida, Elis Regina gravou 27 LPs, 14 compactos simples e seis duplos. Mais de quatro milhões de cópias vendidas. Foi a primeira cantora a registrar sua voz como instrumento na Ordem dos Músicos do Brasil. Esta é um pouco da história que todos conhecemos de Elis, também conhecida como Pimentinha, Élis-Coptero ou somente Élis, por alguns. Mas a vivência política é um lado pouco conhecido de cantora. Sua luta.
Participou de uma série de movimentos de renovação política e cultural no Brasil. Foi umas das principais vozes ativas na campanha pela Anistia de exilados brasileiros. Criticou muitas vezes a ditadura brasileira, nos chamados Anos de Chumbo, quando muitos músicos e artistas foram perseguidos e exilados. Tanto em declarações ou nas canções que interpretava, como O bêbado e o equilibrista, a qual vibrou mais tarde como hino da Anistia onde coroou a volta de vários artistas do exílio, a partir de 1979. Filiou-se ao PT (Partido dos Trabalhadores), em 1981, um ano após o partido ser fundado, considerado como um dos maiores e mais importantes movimentos de esquerda da América do Sul. A fama e prestígio de Elis lhe mantiveram fora da prisão. Sorte, talento e prestígio: a fórmula perfeita do sucesso.
CONTINUA...

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