segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O PT e o vôo da mariposa vesga

Caminhamos, cantamos e seguimos a canção. Contemplamos nosso cotidiano de maneira tão bruta que às vezes somos inebriados por nossas próprias realidades:
- Aí, tio me vê um pila? Tem um real pra apoiar?
Eis uma frase que ouvimos, às vezes mais, às vezes menos, em qualquer andada de uma esquina à outra. Isto é carregado de significado. Com poucos centavos não se faz mais nada. Os cents perderam o valor. Nossa moeda entrou em colapso pela inflação. Quem está em situação de rua não tem como pedir menos.
O PT tornou-se uma fábula de suas próprias histórias. Deixou de ser mantido apenas por militantes e profissionalizou a maneira de sustentar-se no poder. Quando falo do partido, não falo das pessoas. Eu votaria de novo na Dilma se ela disputasse contra o Aécio. Eu acho a Dilma uma gata. Sou mais a Lucianinha, como bem sabem. Votaria mil vezes no Tarso pro Sartori não meter o bedelho onde não faz ideia do que deve ser feito.
O partido tem que levar uma lição de moral de seus próprios participantes de fé. Os que sabem bem a sua origem. O PT está indo na contramão de sua própria engrenagem. Os partidos de esquerda não mostraram apoio nesta eleição, porque sabem que o privilégio do atual partido não são mais as formigas. Se perderam no canto das mariposas. Alianças partidárias, abraços e afagos tão escrotos de deixar qualquer Maluff com inveja. Chegamos num momento que ou se é de esquerda ou se é petista. Infelizmente.
Quem é de esquerda é obrigado a votar no PT, como eu o fiz e provavelmente fará-lo-ei se necessário. É um diz que não diz. É um diz que me diz. Tá tudo subindo pro alto, a gente pagando parcelado, no negativo dando 10% pros bancos. E os bancos patrocinando nossas dívidas, nossos partidos e o nosso pão e circo de cada dia. Um crime maior do que roubar um banco, provavelmete, seja ser dono de um.
          Que o PT seja refundado daqui pra frente com a tal reforma política. O partido já tremeu desde sua base nesta última eleição. Bem feito. Que volte a sentir o bafo do agreste na nuca, a pisar no chão ao invés de voar feito mariposa vesga pelo ar.

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