Antes de mais nada,
qualquer “anti-alguma coisa” já enuncia uma lamento ideológico. Tal como um
“mas” após um discurso mal desenvolvido premedita idiotia. “Não sou
preconceituoso, MAS...”, costuma dizer o sabichão entre um quindim e um café.
A moda do anti-petismo, por exemplo, desmistifica
toda e qualquer mirabolância política colorida de vermelho. É tudo enganação.
Os “cidadãos de bem” não conseguem ver futuro. Faz sentido? Não. E o tucanismo?
Todo Lacerda é um psicopata? Não. Quem se pinta de azul tem volta? Talvez. Nada
feito por um governo direitoso foi bom? Não sejamos ingratos. Talvez os de
esquerda fizessem melhor. Quem sabe? Os últimos governos avançaram muito e
fizeram melhor. Duvida? Os dados estão aí. Mas ainda há muita Sapucaí pra ser
desfilada.
A intolerância política
tira o consenso de diálogo. Ficamos numa dualidade bem e mal. O vermelho contra
o azul. O bem e o mal. A democracia vira um Coliseu. Os discursos digladiadores
são espadas afiadas que os políticos usam nas feridas uns dos outros sem
pestanejar. Já é parte do duelo dos titãs.
Spoilers partidários são
erguidos aos quatro cantos da cidade. Como novas temporadas de um seriado sem
final. São exibidos pequenos curtas metragens com qualidade cinematográfica. Botox,
branqueamento dental, penteado simétrico, sorrisal e muito abraço gratuito. É a
formulo do bolo de qualquer campanha. Assim falar de globalização pra quem
passa fome é muito mais fácil.
Temos que ter
posicionamento. Sim, temos. Mas de que vale o posicionamento se não temos a
capacidade de dialogar contra quem se opõe aos nossos ideais? E principalmente,
se não temos a capacidade de ouvir. Vale? Não basta ser crítico. Não resolve
ser metacrítico. É necessário ser coeso. “O homem nada sabe, mas a tudo é
convidado a saber”, já dizia Hermes Trismegisto em uma tábua de esmeralda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário