terça-feira, 26 de agosto de 2014

Antipartidarismo e achismos não movem montanhas

        Antes de mais nada, qualquer “anti-alguma coisa” já enuncia uma lamento ideológico. Tal como um “mas” após um discurso mal desenvolvido premedita idiotia. “Não sou preconceituoso, MAS...”, costuma dizer o sabichão entre um quindim e um café.
 A moda do anti-petismo, por exemplo, desmistifica toda e qualquer mirabolância política colorida de vermelho. É tudo enganação. Os “cidadãos de bem” não conseguem ver futuro. Faz sentido? Não. E o tucanismo? Todo Lacerda é um psicopata? Não. Quem se pinta de azul tem volta? Talvez. Nada feito por um governo direitoso foi bom? Não sejamos ingratos. Talvez os de esquerda fizessem melhor. Quem sabe? Os últimos governos avançaram muito e fizeram melhor. Duvida? Os dados estão aí. Mas ainda há muita Sapucaí pra ser desfilada.
A intolerância política tira o consenso de diálogo. Ficamos numa dualidade bem e mal. O vermelho contra o azul. O bem e o mal. A democracia vira um Coliseu. Os discursos digladiadores são espadas afiadas que os políticos usam nas feridas uns dos outros sem pestanejar. Já é parte do duelo dos titãs.
Spoilers partidários são erguidos aos quatro cantos da cidade. Como novas temporadas de um seriado sem final. São exibidos pequenos curtas metragens com qualidade cinematográfica. Botox, branqueamento dental, penteado simétrico, sorrisal e muito abraço gratuito. É a formulo do bolo de qualquer campanha. Assim falar de globalização pra quem passa fome é muito mais fácil.
Temos que ter posicionamento. Sim, temos. Mas de que vale o posicionamento se não temos a capacidade de dialogar contra quem se opõe aos nossos ideais? E principalmente, se não temos a capacidade de ouvir. Vale? Não basta ser crítico. Não resolve ser metacrítico. É necessário ser coeso. “O homem nada sabe, mas a tudo é convidado a saber”, já dizia Hermes Trismegisto em uma tábua de esmeralda.

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