sábado, 29 de novembro de 2014

Cidade Baixa: célula revolucionária no organismo da cidade

O que fazer agora? O cartel dos grandões está interditando a Cidade Baixa. O Tio Hélio, aquele que fica ao lado do Opinião, sentou na entrada do seu bar na última sexta-feira (21) com uma placada ao fundo: “Interditado?”. Em protesto.
Beber, conhecer e estranhar fazem parte de um bom negócio. A Cidade Baixa é uma célula revolucionária no organismo da cidade. Organiza e desorganiza vários movimentos. Opera como função social de esquina em esquina. É pastel do Honório, sopa no Van Gogh, Pizzinha da José, cachaçinha no Afonso, o encontro no Dirty Old Man regado a birita, o ser estrangeiro no Casa Azul e a balada boa no Batemacumba.
Querem mandar em nós, os bonecos que também sustentam corações, pra curtir baladas plásticas nas beirações do Anfiteatro Pôr-do-Sol. Uma “noite” arquitetada apenas pelo dever do consumo, desvalorizando as ruas, os corpos e os destinos.
Ficamos bebendo em nossas casas e fumando falsos suspiros. Parece tudo uma brincadeira que logo vai acabar. A impressão político social hoje é assim. É mais do que o fim do nosso próprio futuro. É o que temos de presente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário